quinta-feira, 22 de julho de 2010

Reportagens Sobre Vampiros

A revista Veja do mês de Julho trás um especial sobre A eterna sedução dos Vampiros!!!!







E aqui Segue uma matéria que li e achei bastante interessante, é sobre o tema Vampiro e o porque deles nos encantarem à século..... A matéria é da revista cultura de dezembro:

Eles estão mortos, mas vivem séculos, têm caninos afiados, saem de suas tumbas para se alimentar do sangue de inocentes e no caminho cativam milhões de pessoas. Os livros e os filmes baseados na série Crepúsculo, de Stephenie Meyer, criaram uma nova onda de vampirismo. A série de TV True Blood, que também retrata vampiros vivendo em meio aos humanos, é sucesso e até a série recém-lançada The Vampire Diaries já bateu recordes de audiência no primeiro capítulo. Por que o beijo do vampiro é tão doce a ponto de criar fenômenos de audiência?

O livro Drácula, do irlandês Bram Stoker, lançado em 1897, não foi o primeiro livro sobre vampiro, mas o primeiro a se tornar grande sucesso de público. O vampiro mais famoso de todos os tempos teve sua história baseada numa profunda pesquisa realizada por Stoker sobre o mito vampiresco. Cada civilização tem uma versão sobre o ser que volta da morte para beber o sangue dos vivos. A primeira menção ao tema de que se tem registro foi feita na Babilônia, 4 mil anos atrás, e o mito esteve presente em países como Egito, Grécia, Roma, Índia, Japão entre outros.

O personagem Drácula foi baseado na história real do príncipe Vlad, o Empalador, que governou a Romênia durante alguns períodos no século 15. O Príncipe, também conhecido como Drácula, era famoso por sua crueldade e prazer em torturar e beber sangue. Cá entre nós, o príncipe Vlad faz Drácula parecer um cara legal. A sociedade histórica de Clontarf, cidade onde nasceu Bram Stoker, defende que Drácula é o segundo livro mais vendido no mundo depois da Bíblia. Essa informação não é confirmada por outras instituições, mas dá ideia do sucesso que faz.

Para o psicólogo e aficionado por vampiros Mauricio Rodrigues, a figura do vampiro foi se transformando ao longo do tempo. “O vampiro do Christopher Lee (do filme Horror de Drácula, de 1958) fazia o tipo mau, machão, calado e tirânico. A mudança se deu em larga escala, a meu ver, com a escritora Anne Rice. Ela investiu nesses vampiros mais andrógenos e que fazem chapinha no cabelo”, acredita. Mais sensuais e humanos, seu poder de fascínio é cada vez maior. “Um vampiro que tem poderes, mas também tem crises existenciais, certamente facilita a nossa identificação: vivemos períodos de insatisfação a toda hora”, defende Mauricio. Ele diz que a figura do vampiro romântico explora alguns de nossos desejos mais primordiais, como a necessidade de amor e, junto com ela, nosso anseio por beleza e imortalidade.

Já o também psicólogo Michel Sumiyoshi vê no posicionamento do homem e da mulher a grande questão em jogo. “Há um saber em questão, que é saber como tratar uma mulher. O vampiro tem esse conhecimento. Que homem não gostaria de ser o Drácula, com toda sua força e esse saber em relação às mulheres?”, questiona.

Para Michel, as histórias de vampiro também se tornaram histórias de amor perfeito, eterno, que almejamos em nossas vidas sem jamais alcançar. “Nunca se encontra o amante ideal para poder amar. O par perfeito, o homem perfeito, a mulher perfeita... E, de certa maneira, esses livros e filmes mostram um encontro ideal entre os personagens”, analisa.

Mauricio acha que os vampiros nos proporcionam a chance de sentir medo, porém de uma maneira controlada. “A coisa não é real. Podemos voltar para casa tranquilos após o cinema. Então, tem-se um ganho duplo: vivesse uma emoção de maneira controlada, o que traz alívio”, destaca. Já a atração por uma dimensão da estética que excede a noção de belo e se aproxima do grotesco e do aterrorizante revela, para Mauricio, outras características humanas. “O grotesco mexe com aspectos nossos que estão apenas enterrados, mas não mortos. Eles dizem respeito às superstições e a um lado infantil que pretendia melhor controlar o mundo com superpoderes”, afirma o psicólogo.

O VAMPIRO E EU
A escritora Giulia Moon, que escreve sobre vampiros e outras criaturas míticas, começou o seu trajeto na literatura fantástica na adolescência: ela leu Drácula, de Bram Stoker, e Carmilla, de Sheridan Le Fanu, e se apaixonou pela grande carga de sedução e fascínio que esses personagens lhe transmitiram. “Passei a prestar atenção nos livros sobre o tema e acabei descobrindo O vampiro Lestat, de Anne Rice. Aí, os vampiros morderam de vez a minha jugular”, diverte-se. Inspirada por esse livro, Giulia escreveu seu primeiro conto de vampiros e, depois disso, já lançou quatro livros sobre o assunto: Luar de vampiros, Vampiros no espelho e outros seres obscuros, A dama-morcega e, neste ano, seu primeiro romance, Kaori – Perfume de vampira, no qual Giulia resgata suas origens nipônicas. “Conto a saga de uma bela vampira japonesa, desde o seu nascimento para a vida imortal na época Tokugawa, até as suas aventuras na palpitante São Paulo contemporânea.”

Para Giulia, o sucesso de Crepúsculo é merecido. “Stephenie Meyer sabe como contar uma história de amor de forma envolvente, com momentos bem dosados de tensão e suspense. O romance de Bella e Edward é uma história à moda antiga, com mocinhas tímidas, rapazes bonitos e fortes e vilões malvados”, assegura. A escritora acredita que Meyer resgata o folhetim, que no passado embalou muitos sonhos de leitores e leitoras, dando à narrativa uma forma ágil e moderna.

Além de Anne Rice, que para Giulia é a precursora dos vampiros modernos, ela recomenda os livros de vampiros e horror de Stephen King e aponta para um crescimento do mercado editorial nessa área. “Parece que o interesse do público por esse tipo de leitura existe e sempre existiu, só não havia um movimento simultâneo da mídia, das editoras, das livrarias e de outros meios, como a TV, o cinema e a indústria de entretenimento em geral, para explorar esse segmento aqui no Brasil”, aponta.

Além de Giulia, outros escritores brasileiros, como Martha Argel, André Vianco e Flávia Muniz, escrevem histórias sobre vampiros, cada um com suas características. Sobre seus vampiros, Giulia revela que eles são predadores acima de tudo. “Eles fazem parte de uma fauna fantástica, na qual o ser humano perde a sua posição de topo da cadeia alimentar. Alguns são violentos, outros, não, mas são sempre perigosos. Alguns são capazes de grandes gestos e outros, de grandes vilanias. Como as pessoas...”, resume.

Apaixonada pelo tema, Giulia só tem elogios a fazer sobre o poder de atração dos vampiros. “Mesmo nas versões mais monstruosas, o vampiro clássico é um monstro sutil e elegante, pois usa a sedução para atrair as suas vítimas. A sua forma de matar – a mordida para sugar o sangue – é menos violenta do que a maioria dos ataques de outros monstros da literatura, embora não seja menos amedrontadora”, entusiasma-se.

ELES FAZEM LER
Um dos efeitos do sucesso da série Crepúsculo é levar adolescentes, muitas vezes avessos à leitura, a devorar, em questão de dias, mais páginas do que jamais tinham lido até então. Há muitas comunidades sobre o tema na rede de relacionamento Orkut e as dez maiores têm mais de 100 mil participantes cada uma. A maior delas tem 463 mil pessoas. Nos fóruns de discussão, os adolescentes revelam a sua paixão pela série e os efeitos que os livros tiveram em suas vidas, como a melhora na capacidade de expressão, o maior interesse pela leitura e até a diversidade na visão de mundo, que os leva a fugir dos estereótipos e procurar compreender as diferenças entre as pessoas – tudo isso tendo como base a convivência na ficção entre humanos e vampiros.

Vanessa, de 16 anos, é uma das adolescentes que relatam a mudança em sua postura a partir do contato com a série Crepúsculo. Ela conta que “nunca foi de ler”, mas os livros de Stephenie Meyer despertaram nela uma paixão pela leitura. “Terminei de ler Crepúsculo em um dia. No dia seguinte, fui comprar Lua Nova e Eclipse. Li cada um em um dia e não conseguia mais parar, foi uma obsessão. Quando acabei Eclipse e fui buscar o Amanhecer... Nossa, ainda ia demorar um mês para lançar! Fiquei louca! Queria muito saber o fim da história”, revela.

A partir de então, até os livros da escola mudaram de figura. “Comecei a enxergar que, atrás de palavras difíceis, há um significado e uma mensagem. Antes, nem os livros da escola eu lia, achava tudo chato. Agora, estou lendo Dom Casmurro (de Machado de Assis)”, acrescenta.

Para a escritora Regina Carvalho, que por 28 anos foi professora de português na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tudo o que incentiva a leitura é válido. “Na verdade, tais livros são um fenômeno: são classificados como infantis, mas os pais também fazem questão de ler... e gostam”, assinala. “Sou de geração que lia mais, porém, o início do prazer da leitura se dava com livros também fantasiosos: Monteiro Lobato, Tarzan, aventuras... Tudo o que conduzir ao hábito de ler é, a meu ver, positivo e benéfico”, enfatiza a escritora.

As pessoas precisam de fantasia em suas vidas e esse é outro motivo do fenômeno. “O pensamento mítico é um dos mais antigos, se não o mais antigo. Mitos são inventados para dar conta de uma realidade que não faz sentido algum. O ser humano precisa desse sentido para conseguir viver, por isso, faz as mais diversas ficções para dar conta do mundo”, conclui o psicólogo Michel Sumiyoshi. O grande mérito desse tipo de literatura é a capacidade de introduzir o leitor em um universo que satisfaça a sua necessidade de fantasia e que lhe permita exercitar a imaginação de uma maneira compreensível e gostosa. “Isso pode levá-lo a leituras mais profundas ou não, mas o importante é que leia e, através desse mecanismo, desenvolva melhor a linguagem e o pensamento abstrato”, argumenta Regina. ©

Bjs ate mais Anita

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